Considerada uma das enfermidades mais antigas da sociedade, a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae e transmitida por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse e espirro ou em contatos próximos e frequentes com doentes que ainda não iniciaram o tratamento e estão em fases adiantadas da doença.
Antigamente, a enfermidade era conhecida em todo o mundo como lepra, mas foi renomeada devido ao estigma associado a palavra e, desde 1995, a Lei nº 9.010 veta o termo lepra e seus derivados de serem utilizados nos documentos oficiais da União, dos estados e municípios de todo território nacional. Contudo, mesmo usufruindo de inúmeras possibilidades de tratamento e tendo cura, a hanseníase atualmente ainda carrega um estigma muito forte.
Fabiana Porto, mestre em enfermagem e responsável técnica pelo IHEF vacinas (Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Feira de Santana), alerta sobre os prejuízos dessa descriminação. “A hanseníase ainda é uma doença estigmatizada por seu contexto histórico de isolamento e não tratamento dos indivíduos acometidos por ela. Portanto, precisamos entender que ela, assim como várias outras doenças, possui tratamento e cura, para que assim, os pacientes não sofram por causa do isolamento social e discriminação com esse estigma que a doença traz até os dias atuais” explica.
Segundo o Boletim Epidemiológico de Hanseníase, divulgado pelo Governo Federal em 2022, o número de brasileiros infectados pela doença em 2021 foi de 15.155 novos casos. Ainda de acordo com o documento oficial, as ações para a redução da carga e tratamento da hanseníase no país foram afetadas pela pandemia de covid-19, gerando um impacto no diagnóstico e no acompanhamento dos casos da doença no Brasil durante esse período.
A mestre em enfermagem destaca a importância de ficar atento aos sintomas mais comuns da hanseníase, dentre eles estão: manchas pelo corpo com perda ou diminuição de sensibilidades tátil, térmica e dolorosa; formigamentos, agulhadas ou pontadas nos membros inferiores e superiores devido ao acometimento de nervos e diminuição de força muscular dificultando realização de atividades do dia-a-dia.
Diagnóstico
Fabiana Porto alerta sobre a importância de diagnósticos precoces e dos cuidados da enfermidade. “Quanto mais pacientes diagnosticados e encaminhados para o tratamento precoce, melhor chance de reduzir a transmissão da doença. Nesse cenário, uma abordagem aos familiares que convivem no mesmo domicílio que o paciente doente deve ser realizada através da convocação dos mesmos para avaliação clínica. Os contatos positivos devem ser encaminhados para iniciar o tratamento adequado” explica a especialista do IHEF Vacinas.
Já sobre os diagnósticos negativos, a enfermeira ressalta a necessidade de executar cuidados preventivos. “Com base nas diretrizes clínicas brasileiras, recomenda-se que seja ofertada a medida imunoprofilática aos contatos de pacientes com hanseníase maiores de um ano, pessoas ainda não vacinadas ou que receberam apenas a primeira dose da vacina BCG”, pontua.
Exames e Tratamentos
A principal forma de diagnóstico da hanseníase é através do exame clínico dermatoneurológico, que é realizado por um profissional capacitado de forma minuciosa, por conta da forma sutil em que a doença se manifesta em diversos casos.
Exames complementares também são fontes utilizadas para um diagnóstico mais preciso, dentre os mais solicitados pelos especialistas estão: Baciloscopia direta (BAAR); Histopatologia; Teste Rápido Imunocromatográfico para Detecção de Anticorpos IgM para M. leprae ; Detecção Molecular Qualitativa de M. leprae por Reação em Cadeia de Polimerase em Tempo Real (qPCR); Ultrassom de nervos periféricos; Eletroneuromiograma
Segundo Fabiana, dentre os tratamentos mais indicados pelos médicos, está a poliquimioterapia, procedimento que consiste no uso de várias medicações. A profissional ressalta que os medicamentos utilizados no combate da hanseníase são disponibilizados pelo Ministério da Saúde de forma gratuita e receitados de acordo com o tipo de Hanseníase apresentada, podendo variar de seis meses ou até um ano de duração.
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